Cura para VIH com Células Estaminais Sangue Cordão Umbilical

Embora existam muitos tratamentos para o VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), nenhum deles erradicou o vírus.

As pessoas infetadas com o VIH, que anteriormente poderiam ter continuado a desenvolver SIDA, podem agora viver frequentemente uma vida quase normal graças aos avanços no tratamento. Contudo, existem ainda 37,7 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com VIH.

Felizmente, existe uma nova esperança nesta área, uma vez que, num salto sem precedentes na medicina moderna, foi relatado o terceiro caso de remissão do VIH de um transplante de células estaminais.

Uma mulher americana de meia-idade tornou-se a terceira pessoa conhecida a entrar em remissão do VIH graças a um transplante de células estaminais, desta vez, de sangue do cordão umbilical. As células estaminais que recebeu foram colhidas de um dador que tem uma rara anormalidade genética que torna as suas células resistentes ao VIH. Outro fator interessante, é que esta é a primeira mulher de raça mista em que esta remissão acontece, o que sugere que os resultados não se limitam a pessoas de descendência do Norte da Europa, onde a mutação genética é predominantemente encontrada.

Rumo a um tratamento viável para a infecção pelo VIH

A mulher, cujo nome não é revelado, recebeu dois transplantes de sangue do cordão umbilical como parte do seu tratamento para leucemia mielóide aguda. Ela foi diagnosticada com leucemia quatro anos após o seu diagnóstico de VIH e iniciou um novo curso de tratamento.

Depois de receber quimioterapia de alta dose que destruiu as suas células sanguíneas, a mulher recebeu um transplante de células estaminais de um membro adulto da família (transplante alogénico) para reestabelecer os seus níveis de células sanguíneas.

Este transplante inicial funcionou como uma ponte para manter as suas células sanguíneas. Mais tarde, ela recebeu células estaminais através de um transplante de sangue do cordão umbilical de um recém-nascido não relacionado (transplante alogénico). O transplante de sangue do cordão umbilical veio de um dador com a mutação genética que torna as células resistentes à infecção pelo VIH.

Pouco mais de três anos após o transplante de células estaminais, ela deixou de tomar os seus medicamentos contra o VIH, conhecidos como terapia anti-retroviral. Mais de catorze meses depois, ela não tinha nenhum vírus detectável.

De acordo com o Dr. Marshall Glesby, chefe associado da Divisão de Doenças Infecciosas da Weill Cornell Medicine e membro da equipa de investigação, uma vantagem chave das células estaminais do sangue do cordão umbilical é que os cientistas podem identificar o sangue que contém a mutação resistente ao VIH.

Os investigadores deixam claro que os transplantes de sangue do cordão umbilical podem não ser uma cura para todas as pessoas. O Dr. Glesby disse: "Este não é o tipo de tratamento que seria apropriado para alguém que não tem uma necessidade médica de fazer um transplante".

O Dr. Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, acrescentou "Esta pessoa tinha por acaso uma doença subjacente que exigia um transplante de células estaminais, por isso, não quero que as pessoas pensem que agora isto é algo que pode ser aplicado aos 36 milhões de pessoas que vivem com o VIH".

Apesar da cautela, este é um desenvolvimento bastante esperançoso para quem sofre de infeção pelo VIH, por outro lado, também demonstra as possibilidades crescentes das células estaminais do sangue do cordão umbilical.

Sendo o terceiro caso conhecido de ocororrência de remissão total do VIH, os investigadores estão cada vez mais próximos de encontrar uma forma de aplicar as incríveis capacidades das células estaminais a uma das doenças mais desafiantes e difíceis de tratar do mundo.